AUMENTA O ASSÉDIO SEXUAL NA US AIR FORCE

General Mark Welsh - chefe do Estado Maior da Força Aérea dos EUA - proibiu fotos eróticas e sensuais, em calendários, cartazes e computadores nas bases e postos de trabalho militar. A atitude radical visa conter o aumento do assédio e agressões sexuais que militares femininas veem sofendo. Mais de 700 casos deste tipo de agressão foram relatados em 2012, 100 a mais que 2011.
Os comandantes e supervisores das unidades terão que realizar varredura em todas as áreas à procura de imagens de mulheres nuas e seminuas. Até as tradicionais pinturas das pinups que "enfeitam" as fuselagens dos aviões militares deveram ser removidas.

Um dos exemplos do assédio e agressões sexuais de militares femininas é a sargento técnica da Força Aérea dos EUA Jennifer Smith, que durante seus 17 anos de carreira como soldada desempenhando tarefas administrativas em esquadrões de caças da Força Aérea, ela foi assediada em várias ocasiões e sofreu repetidos ataques de natureza sexual.
"Em uma ocasião entrei no escritório de um oficial sênior da Base Aérea de Kunsan, na Coréia do Sul, carregando uma pilha de papéis...em vez dele assinar os documentos o oficial insistiu para que eu me sentasse, e disse: - É tarde de sexta-feira. Por que você não tira sua blusa e fica mais confortável?", relembra Jennifer.
Ela disse que decidiu falar agora, depois de se manter em silêncio durante vários anos, porque altos oficiais estavam envolvidos ou pareciam tolerar comportamentos inadequados por parte dos pilotos de caça, um dos grupos de elite das forças armadas norte-americanas.
"Eu aprendi rapidamente que as soldadas que se dão bem são aquelas que mantêm a boca fechada", disse Jennifer, que apresentou uma queixa formal no mês passado, alegando que a Força Aérea fez vista grossa a ocorrências generalizadas de assédio sexual e ataques contra mulheres. "Abrir a boca é o caminho mais rápido para acabar com a carreira de uma mulher nas forças armadas".
O Departamento de Defesa dos EUA descobriu que aproximadamente uma em cada três mulheres do serviço militar foi atacada sexualmente, em comparação a uma em cada seis mulheres civis. Cerca de 20% das veteranas do sexo feminino que serviram no Iraque e no Afeganistão sofreram alguma forma de agressão sexual ou trauma relacionado a esse tipo de ataque, de acordo com o Departamento de Veteranos. “Apesar da implementação de programas de prevenção e da melhoria dos mecanismos de relato para esse tipo de episódio, as soldadas continuam sofrendo agressões e assédio sexual, e relutam em denunciar os incidentes”, concluiu um relatório de 2011 do Departamento do Trabalho.