Solidão...



    Dou comigo no descampado das horas a sussurrar o teu nome, esperando que estejas onde estiveres me escutes e venhas a correr para mim, para mais uma vez me amares, para mais uma vez me completares...
  Sem ti, sinto a solidão maltratar-me, corroer-me...não quero apenas o teu corpo junto ao meu, quero a tua alma, a tua vida embutida na minha...
  Quero abastar-me de ti...preencher os recantos da minha escuridão com a tua luz...

   Resgato por entre o tempo que me cerca as reminiscências deste amor...sinto-lhe o cheiro, esse perfume louco que junto forjamos e que se tornou o testemunho da conivência da nossa pele...
   Mato na boca o amargo da tua ausência com as lembranças dos beijos que nela derramaste...da minha pele cato as réstias das sensibilidades que lhe suscitaste e deixo-me ficar retida naquele tempo que o tempo nos deu...
   Que saudade se aninha em mim...ela faz do meu corpo a sua cama e do vazio da minha alma o seu agasalho.
   Levaste o meu coração contigo, fragmentado por mais um adeus...e eu deixei-o ir...porque não quero senti-lo morrer a cada inexistência tua...



   Estou-te esperando...vem...vamos assassinar a nostalgia, escrever mais um capitulo da nossa historia...acrescentar mais uma estrofe a este poema em que transformamos as nossas vidas...o amanhã ainda está longe e eu de ti quero estar perto...


***Ártemis***