GABRIELA, CRAVO E CANELA

Gabriela, Cravo e Canela obra de Jorge Amado publicada em 1958, apresentou aquela que é considerada por muitos, a personagem feminina mais sedutora já escrita por ele: Gabriela - A mulata, que vivia um romance com Nacib, encantava inúmeros homens de Ilhéus, colocando em xeque a férrea lei local que exigia que a desonra do adultério feminino fosse lavada com sangue.
Em 1960, a história foi transformada em telenovela pela TV Tupi. Realizada por Antônio Bulhões de Carvalho, com direção de Maurício Sherman, trazia no papel principal a atriz do teatro rebolado, Janete Vollu de Carvalho, na interpretação de Nacib, Renato Consorte e Tonico Bastos por Paulo Autran.

 
Mas foi em 1975, na Rede Globo, que Gabriela ganhou destaque no cenário nacional. A obra é um retorno ao chamado ciclo do cacau. Ao citar o universo de coronéis, jagunços, prostitutas e trambiqueiros de calibre variado, que desenham o horizonte da sociedade cacaueira. Na década de 20, na então rica e pacata Ilhéus, ansiando progressos, com intensa vida noturna litorânea, entre bares e bordéis, desenrola-se o drama, que acaba por tornar-se uma explosão de folia e luz, cor, som, sexo e riso.
A seleção para escolher quem viveria na tela a mulata sensual, que saía do sertão baiano para agitar a aparentemente pacata cidade de Ilhéus foi disputada por Ana Maria Magalhães, Marlene França, Vera Manhães e até a cantora Eliana Pitman, mas o diretor Walter Avancini já tinha feito a sua escolha: Sônia Braga, com quem acabara de trabalhar na novela Fogo Sobre Terra e explodia nas telas do cinema em outra criação de Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos.


Numa das cenas antológicas da TV brasileira, a doce e sapeca Gabriela (Sonia Braga) sobe no telhado de uma casa para pegar uma pipa que caiu por ali.

Em 1983 Gabriela, Cravo e Canela estreia nas telonas. Dirigido por Bruno Barreto, filmando em Parati, sul do estado do Rio de Janeiro, teve Sônia Braga como Gabriela e Marcello Mastroianni como Nacib.


O remake de 2012, que vai ao ar na próxima segunda feira dia 18, terá Juliana Paes como Gabriela. Gravada em Canavieiras no sul da Bahia, a novela retrata, a época áurea do cacau, dominada pelo conservadorismo dos coronéis liderados por Ramiro Bastos, vivido por Antonio Fagundes. Para defender a emblemática personagem, Juliana recebeu até a bênção de Sonia Braga, que se consagrou no papel. “Ela me parabenizou e disse que não poderia ter sido uma escolha melhor. Não gosto de ficar jogando confete em mim mesma, mas ela foi de uma generosidade enorme. Sonia é a grande inspiração para esse trabalho”, acrescentou a jovem estrela.

 
 

De acordo com o diretor-geral Mauro Mendonça Filho, a nova adaptação da obra se impôs por causa dos cem anos do escritor, que se comemoram em agosto. Para o autor Walcyr Carrasco, que sonhava adaptar romance há tempos, o remake leva vantagem sobre a novela original de 1975, feita sob os olhares atentos da ditadura. “Agora tudo, inclusive as passagens sobre a guerra dos coronéis que incomodavam a censura, poderá ser dito de maneira clara”, observou. Quem viu as cenas em que Juliana Paes aparece seminua ficou de queixo caído (não sei se bem isso!).  “A novela das onze é mais safadinha, né?” comentou Juliana após a apresentação!


 

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